Eu tinha que vir aqui dizer algo.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Quebre as correntes.
Eu tinha que vir aqui dizer algo.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A pele.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
E ele dizia para si mesmo:
‘tenho fome de vontade, de amor, tenho fome de te ter, tenho vontade de te pegar nos braços e correr por ai’.
Coisas que ele jamais pensara. Coisas que ele jamais imaginara sentir.
Ele era sem coração e assim era sua natureza.
Mas ele notara um coração brotando ali, crescendo algo dentro dele, que ele não tinha ideia de como chamar.
Ele não sabia sentir aquilo, não sabia como lidar.
E ele tinha medo.
E do medo brotava insegurança.
E ele tinha medo.
E ele não sabia controlar seu amor.
Olhava-a com os olhos de quem ama. Olhava-a com os olhos de quem quer amar.
Mas faltava-lhe coragem para falar.
E agir.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Sentado à beira d’água ele sorria sozinho, lembrando dos bons dias. Dias que se foram, mas que ele pensava serem sonhos. Lembrando-se das coisas ditas, dos simples atos. Ele a amava e ela estava lá, com certeza amando outro alguém. Acompanhando em seus bolsos estavam eles, inseparáveis companheiros, papel, caneta e cigarro. Faltou o café (resolveria isso ao anoitecer, quando saísse de lá).
Ali, naquele ponto eles haviam estado tantas e tantas vezes, sentados, conversando ou em silêncio, por horas a fio, até notarem a lua no céu e o ponteiro do relógio. Rindo, chorando, de mãos dadas ou se olhando ao longe. Tantas coisas que ele sentia distantes e disformes
Acendeu um cigarro e pegou a caneta. As palavras simplesmente não saiam, estavam presas em um grito na garganta. Tentou chorar, sem forças, sem reação. Nada traduziria em palavras aqueles sentimentos, que nem mesmo ele conseguia entender.
Nada faria aquele pôr-do-sol ter as mesmas cores. Nada.
Levantou-se, jogou a folha em branco no lago e aquele infinito de palavras mudas sumiram no azul da água.
Apenas uma lágrima acompanhou seu adeus.
sábado, 14 de novembro de 2009
Ele a olhou com medo do desejo que via em seus próprios olhos refletidos. Dizer para si mesmo que iria lutar contra tudo já não iria adiantar. Nunca adiantara, agora não faria efeito algum. Mesmo que não fosse um estado permanente, mesmo que as coisas não fossem se resolver em muito tempo, seria assim. Vendo nos olhos refletidos um sentimento que traduzir em palavras já não trazia efeito algum.