segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O que te cansa em mim, me cansa.
Joga seu jogo de jogar e me joga, em mim.
E sei lá, talvez seja assim que é.
Há cansaço em tudo que há em mim.


Tem coisas do passado que parecem bolinha de borracha na minha cabeça,
batem e voltam com o dobro da força.
Só pra minha raiva aumentar mais.
Mais um soco na parede,
mais um nervo que reclama.


Normal...


Buzinas, carros, cachorros.
Nada de silêncio.
Mais um soco.
Mais um grito mudo.
Mais um gole seco.
Mais uma previsão,
previsível visão.
Me cansa.


Mais um silêncio que não existe.
Mais uma expectativa corrompida.




Mais nada...
Muitas pessoas me esperam na areia.
Gritam pra eu tomar uma cerveja, comer um camarão.
Mas eu continuo andando.
Cada vez mais para o fundo.
Até as vozes sumirem.
E só o barulho do mar encostar em meus ouvidos.
A roupa pesa em meu corpo.
As ondas batem no meu rosto, fazendo minha respiração descompassar.
Sinto o salgado entrar na minha boca mesmo sem querer.
Me sento no que julgo ser a areia no fundo,
não fico mais que alguns segundos.
Levanto e respiro fundo.
Minha cabeça está vazia.
E nada me atrapalha.
Olho para o céu e penso em uma foto bonita.
Lavo o rosto.
Salgado.
Não está frio.
O sol não incomoda também.
É simples assim,
meu ritual.
Estou em paz.