segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Quebre as correntes.


Eu tinha que vir aqui dizer algo.
Eu fico toda noite pensando em como cheguei onde estou agora.
Das decisões que eu tomei,
dos erros,
dos acertos,
das coisas boas que me fizeram rir,
das coisas ruins que me deixaram puta,
ou me fizeram chorar.
Nunca criei um eu pra mim que não fosse eu mesma.
Exceto por um certo período de tempo, admito.
Eu fui quem eu não era, não por mim, mas por outra pessoa.
Hoje eu não deixaria de ser eu mesma por ninguém.
E com isso eu sofro as consequências.
Eu erro e feio.
Eu chateio e sou chateada.
Por meus erros sempre vencerem meus acertos.
Mas eu também que sei que,
quando meu pulo de cabeça do penhasco,
isso não é ruim.
Pela primeira vez na minha vida,
estou me impondo à tudo que não me faz bem,
estou correndo atrás do que eu quero e preciso.
Pegar a mão de alguém e tomar as rédeas da situação, nunca foi comigo.
E eu me vejo fazendo isso.
Essa sempre fui eu,
eu sei que estava presa dentro de alguém que sempre tentou agradar os outros antes de agradar a si mesma.
Hoje meu melhor presente sou eu mesma.
Mas que nunca duvidem da força que me move.
Do que eu tenho certeza que eu não faria por qualquer outra pessoa.
Não tem passado que atrapalhe,
não tem futuro que não chegue.
De um eu já estou farta e quero esquecer (the past should stay dead!)
e o outro eu não sei nada, nem quero saber.
Hoje é hoje.
Confie e acredite.
É a regra do precipício.
É o vício dos que não tem nada a perder.
E não tem que ter um sentido pra ninguém.
Meu medo ultrapassa meu limites físicos,
eu nunca senti isso.
Medo e certeza,
nunca.
Eu sei o que eu quero e como eu quero.
E é por isso que eu vou lutar.
Pra provar.
E ter em mãos sem ter que dizer adeus.
Todos conhecem meu vício no carrinho da montanha-russa.
Indo e vindo, inconstante.
'Teorias de Viver não me deixaram rumo...'
Ai como eu queria palavras suficientes pra colocar as cartas na mesa.
Ai se seria possível.
Ai se do que eu aprendi não mais saíssem erros.
É o que eu quero.
Provas de que eu supero o que for,
luto pelo necessário
e faço o impossível.





'são tantas derrotas que não sei aonde guardar, fugir às vezes cansa...'

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A pele.

(A foto eu roubei do Google, o texto como sempre, é meu!)


Pele.
Com gosto de pele,
com marcas,
arranhões, lembranças de um momento.
Pele.
Contra a luz, só mais um olhar.
Pele.
Só mais uma dose.
Escorre e desliza,
por toda.
Pele.
Cabelos, mãos.
Se misturam em uma só.
Pele.
Como uma única coisa,
dois corpos,
pele pra todo lado.
A garrafa de vinho fica jogada.
Só a pele importa.
O suor.
Esperar,
continuar.
Tudo que sempre passa.
Continua.
Alguns instantes,
diferente.
Pele.
Caminhar,
deitar,
continuar.
Fases.
Pele.
Arriscar-se,
risque a pele.
Ofegar e reprimir.
Gritar e resfolegar.
A pele.
A pele grita.
A pele grita em fogo.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009


E ele dizia para si mesmo:

‘tenho fome de vontade, de amor, tenho fome de te ter, tenho vontade de te pegar nos braços e correr por ai’.

Coisas que ele jamais pensara. Coisas que ele jamais imaginara sentir.

Ele era sem coração e assim era sua natureza.

Mas ele notara um coração brotando ali, crescendo algo dentro dele, que ele não tinha ideia de como chamar.

Ele não sabia sentir aquilo, não sabia como lidar.

E ele tinha medo.

E do medo brotava insegurança.

E ele tinha medo.

E ele não sabia controlar seu amor.

Olhava-a com os olhos de quem ama. Olhava-a com os olhos de quem quer amar.

Mas faltava-lhe coragem para falar.

E agir.

terça-feira, 17 de novembro de 2009


Sentado à beira d’água ele sorria sozinho, lembrando dos bons dias. Dias que se foram, mas que ele pensava serem sonhos. Lembrando-se das coisas ditas, dos simples atos. Ele a amava e ela estava lá, com certeza amando outro alguém. Acompanhando em seus bolsos estavam eles, inseparáveis companheiros, papel, caneta e cigarro. Faltou o café (resolveria isso ao anoitecer, quando saísse de lá).

Ali, naquele ponto eles haviam estado tantas e tantas vezes, sentados, conversando ou em silêncio, por horas a fio, até notarem a lua no céu e o ponteiro do relógio. Rindo, chorando, de mãos dadas ou se olhando ao longe. Tantas coisas que ele sentia distantes e disformes

Acendeu um cigarro e pegou a caneta. As palavras simplesmente não saiam, estavam presas em um grito na garganta. Tentou chorar, sem forças, sem reação. Nada traduziria em palavras aqueles sentimentos, que nem mesmo ele conseguia entender.

Nada faria aquele pôr-do-sol ter as mesmas cores. Nada.

Levantou-se, jogou a folha em branco no lago e aquele infinito de palavras mudas sumiram no azul da água.

Apenas uma lágrima acompanhou seu adeus.

sábado, 14 de novembro de 2009


Ele a olhou com medo do desejo que via em seus próprios olhos refletidos. Dizer para si mesmo que iria lutar contra tudo já não iria adiantar. Nunca adiantara, agora não faria efeito algum. Mesmo que não fosse um estado permanente, mesmo que as coisas não fossem se resolver em muito tempo, seria assim. Vendo nos olhos refletidos um sentimento que traduzir em palavras já não trazia efeito algum.