quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010


Sabe, eu fico pensando muito na vida, de uma forma bem ampla na verdade.
E acho que a melhor e maior conclusão que eu já cheguei sobre ela é que nós, não temos nenhum poder, absolutamente nada.
Vivemos tentando controlar o curto espaço que temos, nós mesmos. Nossas atitudes e suas consequências são tão pequenos se comparados com todo o quadro da vida.
A gente tenta manipular todo tipo de coisa pra tentar ter esse (pseudo) controle das coisas e no fim nos esquecemos que não podemos controlar nada, apenas sentar e esperar.
Um livro que me fez pensar muito nisso foi o Intermitências da Morte, do escritor português José Saramago. É um livro difícil pelo modo que é escrito, característico do Saramago mesmo, longos (digo, longos mesmo, de páginas e mais páginas) parágrafos. O tema do livro é basicamente que a Morte para de matar e as pessoas por mais doentes e machucadas que estejam, não morrem. Ai eu fico pensando, é egoísmo demais querer driblar a morte, porque por mais dolorosa que ela seja, é melhor que qualquer sofrimento. Isso eu não tenho dúvida alguma. 
É por isso que eu não quero tentar ter controle sobre nada, não quero tentar mudar as coisas do que elas deveriam ser. Não quero mudar o mundo e não quero ter um herói. Porque ser herói é algo tão artificial, é fazer com que as pessoas esperem milagres de você. Esperar um heróis é desistir de viver e sentar enquanto alguém luta por você. Nada de mundo mais justo, nada de mundo menos cruel. É natural do homem ser assim, existir o bom e existir o ruim, o mais ou menos ou o que não está nem ai pra nada. Mas não acho que exista alguém completamente bondoso ou alguém completamente mau, existe um pouco dos dois dentro de si.
Também não acredito que o homem deva ser bom por uma força maior, um deus ou algo assim. Pra mim isso não é escolha, não é natural, é imposto, é medo. Simplesmente assim, medo. E medo por medo, eu o teria, de não ter escolhas.


"pecado é não viver a vida"

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