Não me olha, como se meu corpo fosse um vazio.
Como se tudo que busquei tenha sido em vão.
E que nessa sala de espelhos, tudo seja reflexos infinitos.
Nenhum ponto onde eu me veja, me enxergue.
Dói achar que é fácil não me refletir.
Dói não entender mais.
Eu ando.
Eu paro.
Eu respiro.
Esqueço de respirar.
Paro.
Respiro novamente.
Sinto minhas mãos tremerem.
Tanto que nem minha xícara de café eu consigo segurar.
A placa a minha frente diz:
'Cuidado, risco de choque'
E é um espelho.