segunda-feira, 23 de agosto de 2010


Caminhei horas, da manhã ao final da tarde.
Vi crianças brincando nos parques
E seus pais lendo jornais nos bancos.
Nunca vi muita graça em jornal,
Notícia velha juntando poeira.
Virando bola amassada na rua.
Também nunca gostei de parques.
Nem quando eu era criança.
Sempre preferi ficar em casa.
Sentei no velho balanço enferrujado,
Olhando o pôr do sol.
Coisa sem graça.
Só faz a gente pensar que a vida é mais bonita,
Só isso.
Já era noite, me levantei.
Entrei em uma padaria e pedi um café.
Café fraco e sem açúcar.
Típico:

Adoro não ter nada pra falar, não ser obrigado à dizer nada pra ninguém.
Adoro o silêncio.
Adoro me misturar aos sons da cidade,
Não ser ninguém.
Adoro não ter um final
E não estar aqui.
Adoro sumir por entre os carros,
Sem ao menos olhar a direção,
Que meus braços vagam até o chão.
E assim eu passo do passado ao presente.
Sem saber mais que horas são,
Nem onde estou.
Muito menos quem sou.
Já não vale nada.
Não vale a pena.
Nada.
Nunca.
Vale.

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