quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Serrando a grade...






Se tranque em um quarto, um caderno em branco, três canetas bic azul, sem telefone nem computador. Um aparelho de som com os seus 100 cd’s favoritos. 10 pacotes de bolacha, 3 garrafas de água e uma coca, sem gelo. Precisa-se de uma garrafa de vodka, ou uísque, o que estiver à mão. Você está pronto.


Esqueça do mundo, que o mundo se esquecerá de você. Gaste seu estoque de lágrimas e as 3 garrafas de água, em lágrimas e saliva cuspida. Grite sem se importar com o que os vizinhos irão pensar. Escreva, fure o papel com a caneta, amasse muitas folhas. Chute a cama, soque o travesseiro, converse com você mesmo ou finja que alguém está te ouvindo, é só você e mais nada.


Risque as paredes, escreva tudo que te sufoca, cuspa o sangue da garganta, xingue e morda o edredom, ninguém se importará com a sujeira. Derrube os móveis, quebre cadeiras, machuque a mão de tanto bater na parede, ela não vai cair, nem a parede, nem sua mão.


Finja abstinência, sua maior droga, sua maior arma, você mesmo. Coma tudo, não coma nada, passe fome até não poder mais. Se embriague e diga um monte de besteiras para si. Escreva um livro sem estar sóbrio, não se lembre de uma frase sequer.


Doa, deixe doer, deixe machucar, deixe a ferida corroer e o sangue escorrer.






Ninguém morre de amor.








Abra a porta e saia.

5 comentários:

Felipe disse...

Mas o problema é se trancar com uma coisa tão monstruosa, e ainda mais, sozinho.

Não sei se tenho coragem..

hauhauhuahauhaua

Crrs; disse...

haha, fato, nem eu sei se tenho coragem também...o monstro é maior que eu :x

Danila Luna. disse...

Inteeeenso! :*

Crrs; disse...

não tinha como ser de outra forma..o amor em si é intenso :)

Leandro Capella disse...

Lindo!